sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Salar de Yuni - Bolívia

Salar de Uyuni - Bolívia - O maior deserto de sal do mundo ...

9º dia – 15/11/2010 – segunda-feira
Hoje vamos entrar no Salar de Uyuni a maior superfície plana de sal do mundo. Foram 4 dias e 3 noites no deserto, 6 pessoas em um jipe, com todas as estadas e refeições incluídas. Existem algumas coisas que são indispensáveis para quem vai se aventurar pelo salar, nós levamos: 2 garrafões de 5 litros para beber, 1 garrafão de 5l de água da torneira que pegamos no hotel, só para escovar os dentes e lavar o rosto (pode ter certeza que você vai precisar, pois tem lugares onde você vai preferir nem tocar na água), papel higiênico, lenço umedecido (essencial, pois em alguns dias o seu banho se resumirá em lençinhos ...rs...rs), saco de dormir (tenho certeza que aqueles bolivianos não lavam a roupa de cama), remédio para dor de cabeça, óculos de sol, protetor solar, boné, biscoitos, etc...

O ponto de saída é na agência, às 8h saiu o ônibus em direção a fronteira com a Bolívia. Todos descem na fronteira para carimbar a entrada na Bolívia no passaporte, não esqueça da carteira internacional de vacinação contra a febre amarela, não me pediram, mas para o Alex eles pediram. Depois da documentação conferida ficamos aguardando os jipes chegarem. São 6 pessoas por carro, o nosso grupo era composto de 3 holandeses, 1 americano e 2 brasileiros “nós”. O motorista era uma figura, Sr. Gregório, um boliviano de pouco estatura, curtido do sol, de poucas palavras, ele já faz esse percurso a mais de 20 anos, entre levar grupos e trazer, ele fica apenas 1 dia por semana em casa.
Nesse passeio você fica muitas horas dentro do carro, então se quiser ouvir música é bom que você leve, pois o Sr. Gregório tinha apenas 1 fita com umas 5 músicas no máximo, para os 3 dias que íamos viajar com ele, na primeira metade do dia ninguém aguentava mais ouvir aquele “... se me quieres, se me quieres ...” “um motelzinho simples” ou algo assim. Só sei que a música era tão ruim que quando ouvíamos “... se me quieres ...” já começávamos a rir. Acho que o Sr. Gregório não gostou muito, pois no 2º dia ele nem ligou o toca-fitas ...kkkkk
Assim começamos nossa aventura, são praticamente 3 dias de intenso rally, uma experiência incrível.
O asfalto fica para trás e pé na areia! Começando os solavancos pelas “estradas”, uns 20 min a dentro chegamos na entrada do Parque Nacional onde pagamos as entradas em pesos bolivianos, já tenha esse dinheiro reservado. Não perca o bilhete de entrada, pois ele é pedido umas 2 ou 3 vezes até você finalizar o passeio, e se você não estiver com eles, será cobrado novamente.

Laguna Branca
 Fazemos uma parada na Laguna Blanca e na Laguna Verde, águas altiplânicas de cor intensa. A partir daí, flamingos, vicuñas ou llamas farão companhia por todo trajeto. Depois, paramos nas “Termas de Polque”, onde a água está a 38ºC e quem quiser pode se banhar (não se esqueça de deixar a roupa de banho na mochila de mão, pois as malas estarão na lona em cima do carro); quem não se banhar, pode aproveitar a paisagem inóspita que cerca o lugar. Última parada do dia são os “Geysers Sol de la Manãna”, que devido ao horário já estavam com pouca atividade, mas se consegue ver as borbulhas de lama, mega aquecidas com a lava vulcânica, porém o cheiro não é nada agradável. No final do dia chegamos ao nosso primeiro refúgio, muito simples, com quarto e banheiro misto, sem água para tomar
Laguna Verde
 banho ou dar descarga, a água fica em um galão na entrada do banheiro, temos que pegar a água com um balde para poder usar. Eles avisam que o jantar será às 19h, mas ninguém avisa que entre o Chile e a Bolívia, pelo menos no horário de verão, tem uma diferença de 1hora para menos, ou seja, se você não atualizar o relógio vai ficar 1 hora esperando pelo jantar, em um frio tremendo. Aqui também a altitude incomoda muito, estavamos a mais de 4.200msnm, eu e Alex chegamos ao refúgio com a cabeça explodindo, além de ser a noite mais fria. Nós estavamos com sacos de dormir para -15graus e foi super tranquilo. 

Pirncipais Gastos:
Entrada Salar Uyuni: U$ 52 dólares

10º dia - 16/11/2010 - terça-feira

Laguna Colorada
É o dia mais cansativo, tudo porque percorremos quase 400 km no deserto. Todos a postos depois do café da manhã. Já estávamos perto da Lagoa Colorada, uma lagoa com um fundo sedimentado de fosseis e com muito mercúrio, que faz com que a água tenha uma coloração que vai do marrom ao laranja. Incrível!!!
 Deserto a dentro, encontramos antigas formações rochosas, esculpidas pelo vento: é a região das “Arboles de Piedra”.

Arboles de Piedra




 A 2ª noite dormimos no hotel de sal; chão, paredes, bancos, cama, tudo é de sal. Finalmente aqui podemos tomar um banho, mas para ter banho quente são 7 bolivianos. O hotel de sal é o mais limpo dos refúgios ou pelo menos passa essa aparência, talvez o fato de tudo ser branco ajude ..rs..rs...


Quarto Hotel de Sal

11º dia - 17/11/2010 – quarta-feira
O Salar de Uyuni

Saindo do Hotel de Sal, estamos a poucos quilômetros do Salar de Uyuni. E ai, preparem os óculos escuros. Entrar no salar é algo impressionante. A vegetação hora verde, hora amarela some, e a imensidão branca toma conta do lugar. Você está no maior salar do planeta, com uma área de 12 mil km². Percorremos o salar pelo meio e quem tiver viajando no verão, terá a chance de vê-lo com uma lâmina d´água de 1cm, fazendo aquela impressão de espelho. No nosso caso, estava seco, tão igual o clima. Paramos na ilha do pescado, pagamos a entrad e percorremos uma pequena trilha pela ilha, vendo e admirando os diversos tipos de cactus, muitos com mais de 6m de altura e crescendo 1cm por ano, outros com 10m já mortos. Na portaria de acesso à ilha, tem uma maquete de todo salar, pra ter uma noção básica do tamanho da criança. Depois, cruzando o salar para o leste, chegamos ao museu de sal, onde antigamente era um hotel, fechado pela vigilância sanitária boliviana (pois coerentemente no meio do salar não teria como ter tanta higiene). Hoje, este lugar é o museu e um barzinho, com uma praça cheia de bandeiras de diversos países. O salar foi um lago imenso que há milhares de anos, secou.
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Depois do salar seguimos em direção a cidade de Uyuni. Antes da entrada da cidade passamos pelo cemitério de trens; do tipo a vapor, foram abandonados há anos ao lado da via férrea que vai até Calama (no Chile). Tempo para fotos no meio da paisagem fria e enferrujada. Chegamos a Uyuni e o pessoal se despede. Como contratamos o retorno ao Chile, estavam incluídos o almoço e o transporte no final da tarde para fazer o caminho de volta. Sobram um bom par de horas para dar uma volta pela cidade, não tem muito o que ver, mas temos que esperar. Ainda tivemos sorte em presenciar uma típica cerimônia de casamento boliviano, eles comprimentam os noivos e colocam confetes brancos em suas cabeças

 Pegamos a estrada de volta a fronteira com o Chile no final da tarde, paramos em um refúgio por volta das 21h., para jantar, se é que pode-se chamar aquilo de jantar, tenho certeza que aquela comida foi a que sobrou da turma do almoço, nossa cota era, um sopa aguada, 1 ovo frito, 2 rodelas de tomate e 2 colheres de arroz. Nossa sorte era que nosso grupo era educado.

12º dia - 17/11/2010 – quinta-feira

Às 4h30 já estamos no carro para seguir viagem. Quando chegamos na fronteira boliviana o ônibus que nos levaria até San Pedro de Atacama estava lotado. Eu já estava exausta, cansada de dormir mal, comer mal, sem tomar banho direito, pois nos 3 dias foi apenas 1 banho e com vôo marcado para aquele dia. Ai já viu, me desesperei e comecei a reclamar, eu reclamava de um lado, enquanto uma outra turista mais desesperada que eu, gritava do outro em francês, acho que tinha deixado os documentos no refúgio. Enfim, disseram que iam dar um jeito, que era para a gente ir carimbar a saída no passaporte. Quando chego na frente do policial da alfandega, ele abre uma gaveta com dinheiro, e diz que temos que pagar 5 bolivianos, era só o que me faltava, ser extorquida por um policial boliviano. Disse que não tinha que pagar nada. Ele perguntou em qual agência estavamos, respondi "Colque", perguntou quantos eramos, talvez para já contabilizar o prejuízo, carimbou nosso passaporte e nos liberou. Encaixaram a gente em outro ônibus, que graças à Deus foi o primeiro a chegar na alfandega Chilena e nos deixou na porta do hostal, pois tinhamos deixado parte de nossa bagagem lá, para não carregar tudo para o deserto. Enfim, tomamos um banho “decente” e seguimos para o aeroporto.

Salar de Uyuni
O deserto é maravilhoso, paisagens incríveis e inesquecíveis, mas se não tiver disposição, não vá para o Salar de Iyuni, porção boliviana do deserto, fique apenas no deserto na parte chilena. E outra dica que dou é que o Salar de Iyuni deve ser uma passagem, não retorne ao ponto inicial, ou seja, não faça San Pedro de Atacama x Iyuni x San Pedro de Atacama, ou o contrário, pois o retorno é muito exaustivo, chegamos a San Pedro maravilhados, mas no limite ...

De San Pedro de Atacama pegamos um ônibus para a rodoviária de Calama. Na rodoviária aproveitamos para comprar o bilhete de passagem de Santiago para Pucón. Depois seguimos para o aeroporto de Calama. Chegamos no final da tarde no aeroporto de Santiago e do aeroporto pegamos um ônibus da Tur Bus direto para o maior terminal rodoviário de Santiago, de onde sairia nosso ônibus. Não sei dizer se foi bom ou ruim já ter comprado o bilhete de ônibus em Calama, porque tivemos que esperar umas 4 horas até a saída do ônibus. Assim que chegamos perguntamos se podíamos trocar e disseram que daquela companhia o próximo ônibus seria para o nosso horário, porém vimos diversos ônibus de outras companhias indo para Puncón. Enfim se não tivéssemos o bilhete poderíamos ter comprado assim que chegamos. Em contrapartida, a rodoviária estava lotada, será que teria passagem ?? ...rs..rs... Esse terminal tem uma boa praça de alimentação e aproveitamos para fazer um lanche.
Os ônibus de viagem chilenos têm um funcionário além do motorista só para auxiliar os passageiros, uma espécie de “rodo-moço”, ele te entrega o travesseiro, o cobertor, o café-da-manhã, no meu caso aconteceu algo que me deixou encantada com a gentileza do rapaz: eu e Alex estávamos exaustos e nem bem o ônibus começou a andar, eu já estava cochilando, de repente eu despertei assustada e quando vi o “rodo-moço” estava gentilmente me cobrindo com o coberto. Fiquei encantada! Viajamos a noite toda.

Próximo post Pucón ...
Principais gastos:
Ônibus: San Pedro de Atacama x Calama $5.200
Taxi: Calama x Aeroporto $6.000
Ônibus: aeroporto Santiago x Terminal rodoviário $3.400
Pizza aeroporto Calama: $8.900

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